Gestão Estratégica de Custos

Quando falamos em custos na indústria gráfica geralmente o que ouvimos é algo sobre custo hora, mapa de custos, custos fixos ou variáveis, mas neste caso nos cabe a pergunta: será que custos nas empresas se reduzem somente a estas abordagens que acabamos de citar?

A resposta é clara. Não.

A gestão estratégica de custos nos conduz a uma análise dos custos sob um contexto mais amplo, em que os elementos estratégicos tornam-se ainda mais conscientes, explícitos e formais. Nestas situações, os dados de custos são usados para desenvolver estratégias superiores a fim de se obter uma vantagem competitiva sustentável.

O método de centros de custos que utilizamos hoje na indústria gráfica teve sua origem na Alemanha no início do século XX, onde é conhecida pela sigla RKW - Reichskuratorium fur Wirtschaftlichkeit – este método consiste em ratear, aos produtos todos os gastos da empresa; não só custos, mas também despesas comerciais, administrativas e até mesmo as despesas financeiras e os juros sobre o capital são incluídos.

O RKW é utilizado também por indústrias e prestadoras de serviços de outros setores e em muitos casos dividindo espaço com o ABC (Activity - Based Costing), Custeamento Baseado em Atividade, cada um atendendo a uma necessidade específica da empresa em informações gerenciais.

A proposta do RKW é a de definir e padronizar o preço de venda, pois foi com esse objetivo que surgiu na Alemanha. Usar este mecanismo para fixarmos os nossos preços sem levar em conta o preço da concorrência em um mercado extremamente competitivo é algo no mínimo um tanto arriscado.

A gestão estratégica de custos nos orienta para que tenhamos um estudo e uma análise mais criteriosa e sugere três temas subjacentes:

Análise da Cadeia de Valor
A cadeia de valor de qualquer empresa em qualquer setor pode ser considerada pelo conjunto de atividades criadoras de valor desde as fontes de matérias-primas básicas, passando por fornecedores de componentes e até o produto final entregue nas mãos do consumidor. Vale considerarmos que existe diferença entre cadeia de valor e valor agregado. Geralmente o valor agregado começa muito tarde e termina muito cedo, ganhando um enfoque mais interno, visando acrescentar valor a um produto ou serviço. No caso da cadeia de valor o enfoque é externo à empresa considerando cada empresa em sua cadeia global de atividades geradoras de valores, desde as matérias-primas básicas até o cliente final.

Análise de Posicionamento Estratégico
Na gestão estratégica de custos, o papel da análise de custos difere das mais variadas formas dependendo de como a empresa escolha competir. Esta escolha que define qual será o posicionamento estratégico a seguir pela empresa. Muitas empresas podem optar por uma liderança de custos, ou seja, buscando oferecer menores custos ou então oferecendo produtos e serviços que sejam superiores qualitativamente e se permitindo usar custos um pouco mais elevados.

Análise de Direcionadores de Custos
No gerenciamento estratégico de custos sabemos que o custo é direcionado e tem sua causa nos mais diversos fatores e se relacionando de formas complexas. Compreender o comportamento dos custos não envolve apenas uma apuração de um mapa de custos determinando o custo hora homem ou o custo hora máquina de um centro produtivo, mas sim, compreender a complexa interação do conjunto de direcionadores de custo em ação em uma determinada situação.

Quando tratamos do assunto custos dentro de nossas gráficas não podemos deixá-los reduzidos de maneira simples a custos fixos, variáveis ou mistos. Elaborar um mapa de custos, utilizando uma metodologia adequada, com informações verdadeiras provenientes de uma pesquisa séria dos diversos setores da empresa, é muito importante sem dúvida alguma, mas não é suficiente para futuras escolhas estratégicas.

O conceito de gestão estratégica carrega consigo novos elementos de análise financeira convocando as empresas a um esforço, para que através desta análise mais elaborada, obtenham uma vantagem competitiva mais sustentável.

Segundo dados da abigraf, em 2007 a indústria gráfica nacional cresceu 4,5%. Para este ano, a previsão é de um crescimento próximo a 5,5%, projetando um cenário mais animador do que em anos anteriores.

Cabe a você empresário gráfico esta visão crítica e construtiva. O sucesso, ou não, de sua empresa está em suas mãos, cabe somente a você decidir para onde quer conduzi-la. Que 2008 seja um ano de ótimas realizações para todos. Sucesso!

Silvio Molin
Consultor de empresas especializado em gestão da indústria gráfica.
silvio@molin.adm.br
(41) 9105.1514


 

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